domingo, 11 de novembro de 2007

Dominio da vida!



No infinito domínio da vida, sob a nossa condição, enfraquecida de ser humano, sinto o medo estranho, da decadência animal.
Sinto o pânico por entre as veias que palpitam de emoção e que estremecem de nervosismo, o simples acto da não evolução e ficar perdida assim, entre lembranças passadas e sentimentos vividos de uma maneira única e exclusiva.
E parar no tempo como se ele me impedisse de progredir, quero ser mais, anseio pelo valor da idade e da experiência, quero as rugas na cara, mas quero sobretudo crescer, aprender infinitamente e sentir-me pronta a encarar a vida olhos nos olhos. Quero esmaga-la contra o chão e mostrar quem manda. 
Mas a verdade é que o estímulo teima em desaparecer, em esfumar-se perante o sol e eu na estúpida tentativa de o agarrar entre os dedos deixo-me cair redonda no chão. E sangro ao ver como sou tão inútil, como a vida brinca comigo sem deixar sequer eu brincar com ela. Deixo-me varrer pela angústia que cruelmente me é imposta sem sequer possuir argumentos suficientemente fortes para me fazer valer!
Juliana Ferreira

Procuro


Procuro entre lágrimas soltas e sorrisos perdidos  aquilo que ferozmente não encontro.

Procuro no fim da luz no profundo escuro, por entre vozes que fervem de angústia, sem querer encontro tudo tão diferente, procuro em cada esquina, em cada olhar frio, a tua infinita presença, sem rodeios e medos, mas não encontro. E insisto em te procurar, em encontrar a tua marca física que me sufoca e procuro em jardins, em portas fechadas, em escadas gélidas, em armários esquecidos mas tu não estas!
Procuro no fundo de ti, num fundo de mim, no fundo de nós mas o calor que me aconchega, que me sustenta, que me ilumina é só meu. E de longe sinto a falta da tua chama imensa que ofuscava a minha, sem receio de parecer mal, sem medo de me atirar para um canto num gesto cruel da tua existência.
Hoje canso-me de procurar essa luz infinita, que outrora me iluminava, para encontrar uma sobra que existe sem se notar!
Juliana Ferreira