sexta-feira, 27 de julho de 2007

Foi tempo demais




Foi tempo demais que esperei sentada a porta do teu mundo aguardando um sinal teu. E bati inúmeras vezes, tentei arromba-la sempre com a esperança de um dia conseguir, mas tu não abriste... Nem a tua porta se mexeu, e eu cansada de esperar, de lutar sozinha por "isto" ,que era de ambos desisti, virei as costas e estou a ir embora!

Juliana Ferreira

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Que música escutas tão atentamente


Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.


Eugenio de Andrade

Chamo-te

Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.



Sophia de Mello Breyner Andresen

A minha infinita espera


Sentada no vão da escada vou sentido o vento soprando-me nos cabelos, e com os olhos húmidos das lágrimas que teimam em cair procuro-te lá longe.
Anseio avistar de novo a tua silhueta, na sombra e ouvir a tua voz dizendo que voltaste para sempre, por breves instantes julgo que tudo é real.
Levanto-me calmamente, sacudo o vestido que comprei só para ti, e num ápice corro para os teus braços abertos que sempre tão bem me acolheram. Choro muito, compulsivamente, desejando que este momento nunca acabe.
E tu, na tua calma habitual, com o sorriso ao qual já sei responder, beijas-me na testa. Um beijo tão doce e suave, como só tu sabes dar. 
E de mãos dadas percorremos o nosso caminho de emoções, o caminho que só tu sabes encontrar e no qual me desejo perder.
Solto o cabelo, olho atentamente para o teu rosto, percebo como és tão bonito, como és tão miúdo e sinto como te desejo. Tapo o rosto de vergonha e corada continuo a andar rapidamente. E quando olho para trás vejo-te correr para mim, numa brincadeira de crianças em que teimo fugir enquanto tu corres para me abraçar. Só que vais ficando cada vez mais longe, tão longe de mim e não chegas nunca. 
Eu abrando o passo, eu paro com esperança que me pegues, mas agora já nem te avisto, já não sinto a tua mão nem o teu rosto, e pergunto-me, porquê desististe tu de me apanhar? 
Eu não soltei a minha mão da tua... Tudo o que queria era que me seguisses, mas tu não vieste!
E agora no mesmo vão de escada gasto do tempo, com o mesmo vestido velho e amarrotado dos anos, vou soltando as mesmas lágrimas secas aguardando-te na minha infinita espera.
E na minha cara já enrugada perdura sempre a mesma questão,~
Porque não voltaste tu?

Juliana Ferreira

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ju-A aglutinadora


A aglutinadora: a aglutinadora não é de forma nenhuma um ser estranho nem um fenómeno da minha percepção limitada. Trata-se de uma valorizada companhia que da um sentido parcialmente novo a expressão “aglutinação”!!! AMEN!
Ela gera uma composição de felicidade, junta a loucura espontânea e uma pata de rato! Ela e a alastradeira (mais uma rica amizade que tenho o prazer de possuir, a sua história contarei noutra altura) andam a aglutinar um ser aglosso, a minha pessoa, a um ser social completo, com capacidade de se movimentar entre as massas da globalização. Um milagre cumprido, um milagre milagroso, que nem o Messias em toda a sua santidade conseguiu alcançar.
Devido ao assunto anteriormente tratado e porque dentro dela forma um conjunto de atrocidades e realidades sinceras e magnificas merece pela eternidade a minha amizade incondicional! A amizade é algo muito bizarro mas completamente compreensível quando se encontra indivíduos estimulantes como eu encontrei.
Aconselho a todo e qualquer ser humano mentalmente instável relacionar se com esta personagem positivamente blasfema pois soluciona qualquer estado de loucura com uma contra-loucura fantastica!
Dedicado a minha cara ju, amiga das piores alturas e companhia nas melhores!

ass.:mi

Faz de conta


Faz de conta que eu estou hoje contigo e te aperto a mão com força.

Faz de conta que é só hoje que te dou aquele beijo e que sentes a minha presença. Que afagas a minha cara no teu peito, em que penso o quão bom é estar contigo.

Faz de conta que está calor, que estamos num caminho só nosso e permanecemos juntos.

Faz de conta que sentes o meu perfume e me ouves falar e rir de alegria.

Faz de conta que estou sempre aí tentando proteger-te das coisas más, porque tudo o que eu quero é proteger-te!

E faz de conta que me recebes perto de ti, porque hoje mais que nunca, eu fazia questão de estar presente!

Juliana Ferreira

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ser poeta


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


Florbela Espanca

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Saudade


Sinto aquela saudade que me aperta o peito e me prende a voz.

Juliana Ferreira

Vai ficar tudo bem

E vai ficar mesmo tudo bem!
Sei que chegará o dia em que não iremos precisar dizer Adeus.
Que iremos caminhar lado a lado suportando tudo o que nos enfrenta.
E não vou precisar que me fales, que me digas aquilo que eu sei. Porque nada me perturbará e sorrindo não vou sentir medo em te olhar, em te tocar e poderei finalmente dizer aquilo que quero.
Vou finalmente sentir  todo o carinho que me transmites, aquela paz interior e vou pular de alegria por tê-la só para mim!
Contudo peço-te que não desistas de me encontrar, porque eu quero que me encontres e nunca me deixes abdicar desta forma de estar, por favor luta comigo!

Juliana Ferreira

Do acaso ao destino


Nada... Não sei ao certo como me exprimir, não sei ao certo o sentimento que me envolve e não me deixa soltar! Não sei se é O sentimento ou Os sentimentos! Não sei nada! Nunca soube!
Tudo se torna inacessível quando parece estar tão perto de ser meu! Uma explicação?! Não consigo encontrar, talvez a ocasionalidade da vida ou simplesmente aquilo a que chamam destino... Um destino que não posso aceitar porque também ele não aceita as minhas escolhas!
É a resposta ao estimulo em função das escolhas. As escolhas que temos de tomar sem pensar no amanhã, sem pensar que um dia nos possamos arrepender!
Desenhar o nosso caminho numa folha de papel, um caminho irreversível, com qual aprendemos a viver!
A minha consciência faz-me sentir limitada aos meus problemas. Busco em mim as respostas que  não consigo alcançar.

Juliana Ferreira

sábado, 21 de julho de 2007

Quem sabe!?


Quem sabe se tudo não vai correr bem e se eu não te vou finalmente encontrar! Quem sabe o que eu quero, o que tu queres, se nenhum de nós dois partilha o que sente.

Quem sabe se amanha não vou a correr para me encontrar contigo, refugiando-me no teu colo. E quem sabe se tu não gostarás.

Quem sabe se não vamos andar eternamente de mãos dadas, com aqueles sorrisos que adoro fazer-te, e quem sabe se não teremos tanto para dar um ao outro!

Quem sabe se não me descobres, entre tantas tentativas, e não me guardarás para sempre.

E quem sabe o que seremos hoje e amanhã, se entre tantas certezas e mistérios, não sejamos um fruto do acaso.

E quem sabe se até não resultará!

Juliana ferreira

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Last night


Canto baixinho com medo que a minha voz se torne insuportável. Toco-me no rosto e nos braços com a esperança que nada se apague da minha memória, porque afinal eu não quero que tudo isto se esfume num passado ou num futuro que não sei qual é!
Contudo sinto falta de cada minuto e se pudesse parava o tempo consumindo cada momento até ao fim.
E colocaria de lado todo o receio que me prende cada gesto e que me prende a voz, sendo assim obrigada a guardar cada pensamento dentro de mim. Não o quero esconder de ti, mas não o consigo libertar. 
Prefiro sorrir e olhar-te, tentando não esquecer nunca mais cada traço teu! E desejo sempre mais e mais, porque sinto que nunca nada é suficientemente longo ao teu lado. Porque o tempo corre e quando dou por mim estou perdida, num conjunto de sentimentos e emoções, que brotam de dentro do meu peito.
Confesso que perco o controlo como se fosse impossível comandar tantas emoções, impossível de tocar, de agarrar e desejaria que todos os dias fossem assim.
E sentindo aquele calor na alma que me aquece, me aconchega, procuro sempre aquele teu olhar, aquele teu sorriso secreto com a esperança que a chama que me sustenta nunca se apague.

Juliana Ferreira

terça-feira, 17 de julho de 2007

Inveja do pénis


Até me custa fazer de intrusa neste mundo maravilhosamente tranquilo. Mas o mundo esta cheio de contrastes e assim também o devera estar este blog. (Sorria, esta a ser filmado!)
Embora que a minha sensibilidade não chega a ser semelhante a da minha cara amiga, tenho igualmente algo para publicar, revelar e maltratar.
“Inveja do pénis”, conceito introduzido por Freud e que embora já contestado inúmeras vezes, justificadamente, ainda se manifesta em demasia nas conversas diárias a nível mundial, de algumas almas perdidas.
Vamos lá ver se ao repetirmos o conceito ele perde sentido?
…Inveja do pénis…Inveja do pénis…Inveja do pénis…
Já perdeu sentido? Não? Porque? (Fds…)
Porque nunca o teve, nunca teve sentido algum, nunca algum sentido teve.
Nos as famosas utilizadores de decotes para mostrar a nossa superioridade feminina (dependendo obviamente do tamanho e da firmeza) não necessitamos desse tipo de inveja pois concentramos maior poder de atracção que o sexo oposto, para além de não imaginar que o órgão reprodutor masculino fique estimulante em roupa interior feminina.
Não me considero feminista, nem tão pouco desgosto daquele órgão macho que em toda a sua funcionalidade provoca satisfação. Apenas escolhi este tema para reforçar mais uma vez que Freud, o meu caro amigo estava num caminho feito de gelatina, ou seja, instável e segundo a minha percepção não suficientemente fundamentado.
Podemos então considerar que existe uma inveja mútua, um compromisso saudável entre os dois sexos, aceitando e apreciando com prazer as diferenças.
No entanto, existem indivíduos que fogem a regra como a minha própria pessoa mas quem melhor para avaliar um tema se não o excluído dele?

ass.:mi

Sweet




Quando a vida me chama eu faço sempre questão de lhe responder!

Juliana Ferreira

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Vamos


Vamos enfrentar o mundo juntos e fazê-lo mais fácil? Vamos dar as mãos e sorrir juntos quando algo correr mal?

E sempre juntos vamos ser felizes? Vamos vamos..

Vamos cantar e pular de alegria mesmo nos dias frios, como hoje. E prometer defrontar fantasmas e monstros da vida, juntos?! Vamos? Va lá...

E sentir que já não há a tua vida, a minha vida, mas sim a nossa vida? Vamos sentir aquele calor que nos conforta quando estamos tristes e verter as mesmas lágrimas de insatisfação, juntos?

Não olhes assim para mim... diz que vamos!

Vamos iluminar o escuro e esquecer essa palavra má que é o desespero?

Vamos, por favor! Faz tanta força quanto eu para que sim. Aperta-me a mão se sim!

Mas não me deixes ir sozinha.

Vem comigo e vamos ser o mundo... Só hoje.

Juliana Ferreira

Adeus


"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.


Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
As vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.


Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.


Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.


Adeus. " -Eugenio de Andrade
Juliana Ferreira

Esperando


E sentada no jardim

sinto o vento beijando-me de leve.

Levando-me pra longe dos medos terrenos,

imaginado-me livre da saudade.

Querendo dividir-me contigo

faço um esforço na minha mente,

Um esforço quase fisico e doloroso,

na ansia de te sentir presente.

Juliana Ferreira

domingo, 15 de julho de 2007

Cinco minutos


Cinco minutos bastariam para me acalmar, para sentir de novo o toque suave da tua mão e nele me perder!

Para sorrir com o força até me doerem as bochechas e quase chorar de emoção. E nesses cinco minutos me encontraria no meu mundo de princesa, feliz por saber sentir!

Cinco minutos chegavam para matar a minha sede de te ver e satisfazer-me com o teu toque carinhoso. Inundando-me a alma numa força brutal quase visível!

E com toda a certeza esses seriam os cinco minutos da minha vida.


Juliana Ferreira

As vezes acontece!


E sentada na cama, aconchego-me, apertando com força o peito na tentativa de controlar tudo que se passa.
Sinto-me no abismo, inconsolavel de me sentir só!
Não há nada que me ilumine com a força necessária para sair de lá, e fazendo-me de forte ignoro tudo o que se passa a minha volta.
Abri de novo o meu mundo pra o mundo e sinto com toda a convicção que foi um erro. Julguei-me preparada, quando na realidade, tento contruir uma personagem que ainda só tem corpo, faltando-lhe o essencial, a alma!
Sinto-me esbarrar naquele muro, que sempre me impediu de alcançar a luz, por qual tanto procuro, e sozinha, tento subi-lo, salta-lo num desespero que me vai consumindo.
Não sei nada, nem o que se passa, não sei se é alegria ou tristeza, se é dor ou angustia, se é felicidade ou incerteza, de um futuro que tenho tanto medo, de não conseguir suportar.
E agora sozinha no meu quarto, dou conta do monstro que tenho debaixo da cama, fazendo parte da minha vida,o medo da felicidade.



Juliana Ferreira