segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Lamento


Sinto o esvoaçar da tua alma tocando-me tão brevemente.

Tínhamos os mundo na mão cheio de promessas tecidas,

sorrisos cheios de carinho, puro e real.

Tínhamos a vida ao nosso alcance, tínhamos o conforto dos nossos corpos

a nossa ambição em nos tornarmos reais.

Sinto o breve toque das tuas lágrimas, no meu rosto,

sinto o teu sorriso, outrora feliz cheio de magoa,

ouço promessas sabendo que será impossível realiza-las,

prometo-te e afasto os teus medos.

Partes comigo, em cada traço do meu rosto,

pertences-me de maneira tão profunda que te sinto em cada gesto.

Tínhamos tanto para dizer e tanto ficou por falar.

Tivemos o medo de saltar juntos e agora, juntos estamos partilhando a mesma dor da solidão!

Se tudo fosse fácil, eu não sentiria as palavras presas, provocando uma dor aguda, insuportável de sustentar.

Juliana Ferreira

Memórias



Observo-te através do vidro, o teu sorriso tão calmo e tão sereno,


faz-te parecer leve e brando!


Brincas com o meu cabelo tão gentilmente que tremo sem querer.


Sinto o teu calor e os teus olhos penetrando nos meus,


se ao menos eu te pudesse falar!


Apertas-me com tanta força contra ti,


que sinto o corpo a ceder, procuras algo,


que eu tenho medo de te dar!


Sinto o medo, sinto a fúria ardendo em cada um de nós,


cada segundo que passa torna-se um tormento,


um facto de que o fim está próximo.


Queria todas as certezas que preciso, queria olhar,


sorrir tão levemente, tão calmamente, como só tu sabes fazer.


Mas a tranquilidade não chega à minha alma,


Esbarra contra o muro físico que nos impede de nos tocarmos.


A mesma barreira que nos torna em algo indefinido.


Se ao menos tivéssemos a chance de tentar!

Juliana Ferreira

domingo, 23 de setembro de 2007

All apologies



Sinto que cada erro que fazes se torna visível na minha pele,

sinto queimar os meus olhos, sinto arder o peito sem cessar.

Uma ferida aberta que me mata de dor,

que consome devagar a alma,

que fere sem piedade a minha infundada esperança.

Todas as desculpas, sinto que nada disto faz mais sentido,

sinto o mundo a desfalecer de indignação,

sinto o chão a fugir-me debaixo dos pés descalços

e doridos da longa caminhada.

Queria-te poder olhar nos olhos,

e estar tão certa que nós somos perfeitos juntos,

mas não estou, não o sinto, não o quero.

E mais uma vez tenho esta raiva a explodir-me pelas veias,

cansada de perder o controlo do que achava certo,

dou por mim ferida e cansada de lutar pelo que está longe.

A distância entre nós não é meramente física, há todo um ser,

todo um conjunto de sentimentos e

princípios que divergem cada vez mais.

E por muito que tentemos, não nos conseguimos unir.

Queria, verdadeiramente ser eu a proteger-te,

a manter-me firme, quando todos à nossa volta acabam por cair.

Alimento cada dia que passa a esperança das promessas feitas.

Tudo em nós se tornou irreversível e já nada poderá voltar atrás.

Agora debaixo de todo este fogo cruzado, de limitações impostas,

e de consciências pesadas, eu digo,

não sei se quero mais!

Juliana Ferreira

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Não afastes os teus olhos dos meus


Pega no meu braço com força, pega!

Faz-me doer, marca-o com tanta força,

que nunca mais me esquecerei o que é sentir a tua mão

presa em mim.

Não olhes pra trás, olha pra mim,

não penses no amanhã, nem do que se passou ontem.

Fica aqui, agora, puxa-me, prende-me, guarda-me.

Não digas adeus, nunca é tarde.

Não me peças para não chorar, quando tu próprio o queres fazer.

Sentes? Consegues sentir o mesmo nó

no estômago? Aquele, que faz o coração parar e sair dos olhos um jacto de agua,

impossível de controlar?

Eu sinto!

Juliana Ferreira

domingo, 9 de setembro de 2007

Juntos


Senti um nó no estômago, senti o pulsar do sangue nas minhas veias, senti o coração ardendo, quando me cantaste baixinho ao ouvido "You're so pretty in white."

Senti uma vontade imensa de soltar as lágrimas presas, queria gritar, gerar uma bola de energia que te fizesse calcular a enorme emoção que estava a sentir. Desejei mais que nunca ficar ali, sentada ao teu lado, ouvindo-te cantar para só mim.

Foi como se mundo estivesse ao alcance de um simples sopro e com ele iríamos criar tudo o que prometemos, promessas mutuas, que nos levaram a sonhar, vamos brincar com a enorme bola azul, vamos contar historias, vamos escreve-las e voltar a rescreve-las.

Desejei mais que nunca confiar em ti, desejei sentir protecção nas palavras que dizias, desejei que me raptasses, como tantas vezes me disseste.

Eu prendia-te com um cordel ao meu pulso, levaria-te dentro bolso e sempre que sentisse a necessidade de estar segura, olharia para ti, sorrindo.

Falamos tanto, sonhamos tanto, eu hoje acredito que tudo se irá realizar, que teremos os 3 filhos e o cão. Ainda te lembras das gargalhadas que demos quando falaste nesse assunto?
Eu senti os teus olhos a flamejarem de emoção, senti as tuas mãos quentes apertando as minhas e com um beijo selámos a promessa que este seria o primeiro de tantos outros encontros.

Juliana Ferreira