sábado, 6 de setembro de 2008

Caminhando

O caminho da felicidade é esbatido e sem cor,

os ruídos que se fazem ouvir, fazem temer

e a vontade de desistir e cada vez maior.

A escuridão tapa-nos a vista e faz prever

as trevas que nos ameaçam.

Os pés gelam do frio e as pernas tremem de medo,

os olhos arregalados e escuros, ficam atentos a cada ruído

que o ouvido escuta, a boca transpõe suspiros de angústia,

e o corpo anoréctico luta contra a vontade de parar.

Quando decidimos percorrer este caminho

é-nos dado uma vela, uma luz, que nos ilumina e conforta,

a vela é pequena, e o pavio curto, é necessário protege-la

do vento que se faz sentir a cada passo dado, e da noite escura,

que com ela traz pequenas gotas de água, como se chorasse desesperadamente.

É preciso proteger a vela, acima da nossa protecção,

quem a perder, arrisca-se a emaranhar-se no labirinto da vida,

e morrer sem nunca encontrar o sol que a pequena vela sempre prometeu.

Juliana Ferreira

Sem comentários: