segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Memórias



Observo-te através do vidro, o teu sorriso tão calmo e tão sereno,


faz-te parecer leve e brando!


Brincas com o meu cabelo tão gentilmente que tremo sem querer.


Sinto o teu calor e os teus olhos penetrando nos meus,


se ao menos eu te pudesse falar!


Apertas-me com tanta força contra ti,


que sinto o corpo a ceder, procuras algo,


que eu tenho medo de te dar!


Sinto o medo, sinto a fúria ardendo em cada um de nós,


cada segundo que passa torna-se um tormento,


um facto de que o fim está próximo.


Queria todas as certezas que preciso, queria olhar,


sorrir tão levemente, tão calmamente, como só tu sabes fazer.


Mas a tranquilidade não chega à minha alma,


Esbarra contra o muro físico que nos impede de nos tocarmos.


A mesma barreira que nos torna em algo indefinido.


Se ao menos tivéssemos a chance de tentar!

Juliana Ferreira

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