domingo, 23 de setembro de 2007

All apologies



Sinto que cada erro que fazes se torna visível na minha pele,

sinto queimar os meus olhos, sinto arder o peito sem cessar.

Uma ferida aberta que me mata de dor,

que consome devagar a alma,

que fere sem piedade a minha infundada esperança.

Todas as desculpas, sinto que nada disto faz mais sentido,

sinto o mundo a desfalecer de indignação,

sinto o chão a fugir-me debaixo dos pés descalços

e doridos da longa caminhada.

Queria-te poder olhar nos olhos,

e estar tão certa que nós somos perfeitos juntos,

mas não estou, não o sinto, não o quero.

E mais uma vez tenho esta raiva a explodir-me pelas veias,

cansada de perder o controlo do que achava certo,

dou por mim ferida e cansada de lutar pelo que está longe.

A distância entre nós não é meramente física, há todo um ser,

todo um conjunto de sentimentos e

princípios que divergem cada vez mais.

E por muito que tentemos, não nos conseguimos unir.

Queria, verdadeiramente ser eu a proteger-te,

a manter-me firme, quando todos à nossa volta acabam por cair.

Alimento cada dia que passa a esperança das promessas feitas.

Tudo em nós se tornou irreversível e já nada poderá voltar atrás.

Agora debaixo de todo este fogo cruzado, de limitações impostas,

e de consciências pesadas, eu digo,

não sei se quero mais!

Juliana Ferreira

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