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Sinto que cada erro que fazes se torna visível na minha pele,
sinto queimar os meus olhos, sinto arder o peito sem cessar.
Uma ferida aberta que me mata de dor,
que consome devagar a alma,
que fere sem piedade a minha infundada esperança.
Todas as desculpas, sinto que nada disto faz mais sentido,
sinto o mundo a desfalecer de indignação,
sinto o chão a fugir-me debaixo dos pés descalços
e doridos da longa caminhada.
Queria-te poder olhar nos olhos,
e estar tão certa que nós somos perfeitos juntos,
mas não estou, não o sinto, não o quero.
E mais uma vez tenho esta raiva a explodir-me pelas veias,
cansada de perder o controlo do que achava certo,
dou por mim ferida e cansada de lutar pelo que está longe.
A distância entre nós não é meramente física, há todo um ser,
todo um conjunto de sentimentos e
princípios que divergem cada vez mais.
E por muito que tentemos, não nos conseguimos unir.
Queria, verdadeiramente ser eu a proteger-te,
a manter-me firme, quando todos à nossa volta acabam por cair.
Alimento cada dia que passa a esperança das promessas feitas.
Tudo em nós se tornou irreversível e já nada poderá voltar atrás.
Agora debaixo de todo este fogo cruzado, de limitações impostas,
e de consciências pesadas, eu digo,
não sei se quero mais!
Juliana Ferreira
Juliana Ferreira
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