sexta-feira, 10 de agosto de 2007

A solidão da morte



Sinto o corpo leve, abro os olhos e deparo-me com o céu, mesmo alcance da minha mão. 
Não é um sonho, eu estou mesmo cá em cima. Tenho um vestido branco, sobre o corpo, e os cabelos soltos ao sabor do vento. 
Quando olho para baixo vejo uma imensidão de gente, em redor de um corpo pálido e sereno com o olhar cristalino e reconheço cada traço daquele rosto, é o meu.
O ar é pesado e mal consigo respirar, as pessoas choram e agarram a minha mão morta.
Estão inconformados com a minha partida, mas no entanto eu estou ali e tento toca-los, dizer-lhes que não morri. Quero muito abraçar as pessoas que amo e quero que eles consigam visualizar o meu sorriso, só que ninguém me sente, nem se manifesta perante o meu chamamento e pela primeira vez tenho saudades da vida!

Juliana Ferreira

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